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Textos e Contextos
do Orientalismo Português

Ângelo Sárrea de Sousa Prado (Lisboa, 1843 – [s.l.], 1932)

Ângelo Sárrea de Sousa Prado
© Núcleo de Documentação e Arquivo do Ministério da Economia. Processo Individual (1862-1928), cx. 135 (PT/AHMOP/PI/135/016).
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Engenheiro civil de primeira classe do Ministério das Obras Públicas, Ângelo de Sousa Prado integrou diversas comissões no ultramar e no reino.

Encarregado do trabalho de reconhecimento do traçado do caminho-de-ferro entre Luanda e Ambaca em 1875, regressou a Lisboa em 1876 e entregou o seu relatório ao governo, que veio a ser apreciado pelas comissões de estudo da Sociedade de Geografia de Lisboa. A 7 de junho de 1876 foi admitido como sócio nesta Sociedade. Chegou a ser vogal da Comissão Central de Geografia, por decreto de 12 de agosto de 1880, ao lado do Conde de Ficalho, assim como da Comissão Africana, na secção de Etnologia e Viagens, juntamente com Francisco Adolfo Coelho, e ainda na secção de Geografia Agrícola. Além disso, exerceu as funções de vice-presidente da secção de Cartografia, eleito a 30 de dezembro de 1891, de vice-secretário da Sociedade, em 1880 e em 1893, e de diretor vogal em 1894. Em 1915, representou a Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, na qualidade de delegado, junto da comissão executiva dos Centenários da Tomada de Ceuta e de Afonso de Albuquerque, evento organizado em conjunto pela Sociedade de Geografia e pela Academia das Ciências de Lisboa.

Muito embora a sua atividade profissional e política se tenha concentrado em Portugal e Angola, o nome de Ângelo Sárrea de Sousa Prado surge associado a duas sessões dos Congressos Internacionais de Orientalistas. Terá sido membro do VIII Congresso, em 1889, que decorreu em Estocolmo/Cristiania, onde participou como ouvinte. Neste mesmo congresso estiveram presentes Guilherme de Vasconcelos Abreu e Gonçalves Viana. Por ocasião do evento, Sousa Prado terá conhecido Gottlieb Wilhelm Leitner (1840-1899), vice-presidente daquele que viria a ser designado como o Congresso Estatutário, que se realizou em Londres, posteriormente, em 1891. Para além deste congresso, Ângelo Sárrea consta da lista de membros, sem intervenção, do X Congresso Internacional de Orientalistas, que iria decorrer em Lisboa em 1892, mas veio a ser desconvocado de véspera. Integrou, aliás, a comissão executiva do evento e o comité de receção e informações aos participantes. Era então vice-presidente da secção de Cartografia da Sociedade de Geografia, a instituição de acolhimento, sendo possível que, nessa qualidade, estivesse envolvido na seleção dos materiais (nomeadamente de cartas geográficas) a constarem da tradicional exposição de apoio ao Congresso.

 

Obras publicadas

1877. Caminho de Ferro entre Loanda e Ambaca: memória descriptiva e planta topographica: primeiros estudos technicos. Lisboa: Imprensa Democratica.
1878. Preliminary Projects of a Canal to Supply Water from the River Congo to the City of Loanda. London: T. Bretel.
1913. A Questão d’Ambaca: informações e documentos. Porto: Officinas do Commercio do Porto.

 

Material cartográfico

1876. Planta Topográfica com o Projecto da Directriz do Caminho de Ferro. [Levantada no reconhecimento do terreno para o respetivo traçado, em cumprimento da portaria do Ministério da Marinha e Ultramar em 28 de junho de 1876.]
1876. Reconhecimento do Terreno para o Traçado do Caminho de Ferro entre Luanda e Ambaca. [Perfil orográfico representando os principais acidentes do terreno e altitudes a vencer na directriz projetada.]
1876. Planta do Território entre Luanda e Ambaca com a Directriz do Caminho de Ferro Projectado e Respectivo Perfil Topográfico.
1881. Carta das Terras entre Luanda e Ambaca e do Curso do Rio Cuanza do Dondo ao Oceano, de Capello e Ivens, segundo indicação dos engenheiros Raphael Gorjão, da Comissão 1877-1880, e de Ângelo de Sousa Prado. Lisboa: Lithographia da Imprensa Nacional. Disponível em http://purl.pt/22525.

 
AN e CS
última atualização em março de 2018